Quem passa pela Rua Sabino Barroso, no Bairro Cruzeiro, em Belo Horizonte, pode ouvir um som de saxofone se esgueirando solitariamente pelas frestas de uma garagem. Quem tiver a curiosidade de olhar para dentro dessa caixa acústica improvisada, vai encontrar ninguém menos que o instrumentista Chico Amaral, exercitando o dom que o coloca entre os principais talentos da cidade.
Para desenvolver a musicalidade que lhe é peculiar, precisou de horas e horas de garagem (hábito que, de fato, mantém até hoje) e agora, maduro artisticamente, apresenta seu primeiro disco solo, batizado Singular. Quem está acostumado a pensá-lo sempre como o quinto Skank vai conhecer a sensibilidade do músico para o jazz (estilo que ele burila pelas noites da cidade) e reencontrar a sua faceta de letrista.
“Esse disco tem uma carcaterística predominante, que é a composição. É mais para mostrar isso que para apresentar performances. Tem performances, mas de um jeito leve. Até chegar nesse disco, fui procurando meu caminho. Demorei a encontrar meu caminho autoral, a descobrir o que fazer com o sax, com as letras. Se esse disco veio na hora errada, deveria ter vindo depois.
O que amadurece um trabalho é a seqüência que vem depois”, afirma Chico Amaral. Ele diz que Livramento, disco que gravou em 2002 com Flávio Henrique, foi o início dessa descoberta. Aos 50 anos, o músico diz que envelhecer é “ótimo”: “Maturidade. Simplicidade. Ficamos cada vez mais objetivos. Artisticamente, tenho mais segurança, mais confiança”.
*por Eduardo Girão Tristão, Estado de Minas
Preço – R$25,00
Faixas
01 - Singular – Chico Amaral
02 - Sambage à Trois – Chico Amaral
03 - Sobe o Verão – Chico Amaral e Roberto Guimarães
04 - Tempo de Samba – Leo Minax e Chico Amaral
05 - Maio – Chico Amaral
06 - Duas Marias
07 - Panamericana – Chico Amaral
08 - Tateando – Chico Amaral
09 - Boca – Chico Amaral e Leo Minax
10 - Borboleta – Chico Amaral
11 - Balancim – Chico Amaral
12 - Lobo – Chico Amaral
13 - Bodas – Chico Amaral
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