quarta-feira, 28 de maio de 2014

Valsa Binária – Valsa Binária (2014)

Formada em 2008, a banda Valsa Binária já é figura conhecida na cena musical mineira. O primeiro CD, homônimo da banda, foi lançado em agosto de 2011 e consolidou o nome da banda como representante relevante da nova safra da música de Belo Horizonte.

A sonoridade da banda chegou a ser definida como “...um conjunto bastante heterogêneo de músicas, que em alguns momentos beira a esquizofrenia estilística, mas que mantêm uma unidade coerente no sentimento de despretensiosa leveza que permeia todo o trabalho.” O cuidado com os detalhes é visível também na proposta gráfica do CD. Impressa em processo tipográfico artesanal, a capa confere um caráter único a cada unidade.

Além disso, cada um dos mil CD’s prensados nessa tiragem inicial é numerado, o que aumenta ainda mais a exclusividade do objeto. O repertório do CD foi apresentado nos principais palcos de Belo Horizonte, além de ter circulado por importantes festivais do interior do estado.

O Valsa Binária pretende continuar sua trajetória pautada sempre no intercâmbio artístico, usando a música como instrumento de convergência e integração. O convívio com artistas de diferentes vertentes, e pessoas com diferentes formações, é vista como fonte de influência, e a abertura para intervenções desses diferentes parceiros está no DNA da banda.

Preço – R$15,00

Faixas:
01 - Por Esse Lugar
02 - Degradê
03 - Tiramisu
04 - Dessa Água
05 - Tiny Ballad
06 - Continua
07 - A Mais Bonita
08 - Chuvas do Passado
09 - Afogamento
10 - Alforria
11 - No Bidê
12 - O Velho Cego

Todas as músicas por Valsa Binária

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Toca de Tatu - Meu Amigo Radamés (2013)

O Grupo Toca de Tatu lança seu primeiro CD intitulado “Meu amigo Radamés”, fruto de um trabalho de pesquisa e estudo dedicado à obra do compositor, maestro e arranjador Radamés Gnattali.

Composto em sua maioria por músicas de Gnattali, o disco traz também obras de Tom Jobim e Paulinho da Viola, compositores que homenagearam o maestro.

O repertório apresenta a riqueza de gêneros e ritmos presentes na música brasileira, tais como choro, valsa, maxixe, foxtrote, schottisch e samba. Os arranjos foram criados pelos integrantes do grupo, pensando sempre nas possibilidades de instrumentação e respeitando as ideias originais dos compositores.

O refinamento camerístico e a brasilidade são características marcantes da sonoridade do disco, que permitirá ao ouvinte reviver e se emocionar com a obra do maestro brasileiro.

Preço – R$25,00

Faixas:
01 - Remexendo - Radamés Gnattali
02 - Canhoto - Radamés Gnattali
03 - Alma Brasileira - Radamés Gnattali
04 - Meu Amigo Tom Jobim - Radamés Gnattali
05 - Meu Amigo Radamés - Antônio Carlos Jobim
06 - Sarau Para Radamés - Paulinho da Viola
07 - Obrigado, Paulinho - Radamés Gnattali
08 - Bate Papo - Radamés Gnattali
09 - Gatinhos no Piano - Radamés Gnattali
10 - Suíte Retratos I (Pixinguinha) - Radamés Gnattali
11 - Suíte Retratos II (Ernesto Nazareth) - Radamés Gnattali
12 - Suíte Retratos III (Anacleto de Medeiros) - Radamés Gnattali
13 - Suíte Retratos IV (Chiquinha Gonzaga) - Radamés Gnattali

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Lô Borges – Songbook (2014)

Sócio-fundador do Clube da Esquina, tendo gravado e assinado com Milton Nascimento o álbum duplo de 1972 que organizou o mais importante movimento musical das Geraes, o cantor e compositor mineiro Lô Borges construiu obra autoral pautada por refinados caminhos harmônicos. Produzido por Barral Lima, o Songbook Lô Borges indica os caminhos para se chegar nessa obra, mais precisamente para adentrar os meandros das 55 músicas de Lô que tiveram letras, partituras e cifras transcritas por Carlos Laudares para o segundo livro da série iniciada pela Neutra Editora em 2013 com o lançamento do igualmente caprichado Songbook Beto Guedes.

O livro de Lô está sendo editado neste mês de abril de 2014 com aval do próprio Lô Borges, que revisou as partituras e cifras de seu cancioneiro para o songbook. Breve certeiro ensaio escrito por Pablo Castro, Alquimista da harmonia, disseca a obra de Lô Borges - disco por disco - a partir da reconstituição dos passos fonográficos do artista. Passos que se tornaram mais rápidos a partir dos anos 2000.
Por Mauro Ferreira

Preço – R$90,00

Lô Borges – 2003 – 2013 (2014)

Em 10 anos, o artista mineiro produziu quatro discos de inéditas – 'Um dia e meio' (2003), 'Bhanda' (2006), 'Harmonia' (2008) e 'Horizonte vertical' (2011) – e quase 60 canções. O novo álbum traz 14 faixas que fazem apanhado do que ele criou de melhor no século 21. “Não sei se quando veio 2000 o novo milênio me despertou uma vontade louca de fazer coisas novas, uma atrás da outra. Eu acabava de fazer um disco e começava outro. Fiz mais discos do que a minha capacidade de lançá-los. E quando olhei para trás, pensei: Pôxa, eu podia mostrar mais desse meu repertório para as pessoas”, comenta.

Ele lembra que é comum o público se identificar mais com as canções do passado, e que isso ocorre com 80% dos artistas. Lô diz não se incomodar, mas acha importante também mostrar o que produziu de novo, sem perder sua essência. “Lembro-me que no show de Paul McCartney, no Mineirão, boa parte do set list era dos Beatles. O público é assim mesmo. Gosta das músicas antigas. Quando subo no palco, priorizo o começo da carreira, mas mesclo com as coisas mais recentes. Música nova também é pra tocar; a plateia acaba sendo receptiva”, avalia.
Por Ana Clara Brant - EM Cultura

Preço – R$30,00

Faixas:
01 - Qualquer Lugar - Lô Borges e César Maurício
02 - Cordão de Ouro - Lô Borges e Márcio Borges
03 - Quem Sabe Isso Quer Dizer Amor - Lô Borges e Márcio Borges
04 - Imaginária - Lô Borges e Márcio Borges
05 - Segundas Mornas Intenções - Lô Borges e Chico Amaral
06 - On Venus - Lô Borges e Ronaldo Bastos
07 - Nossa Mágica - Lô Borges e Márcio Borges
08 - O Seu Olhar - Lô Borges e Patrícia Maês
09 - Sonho Novo - Lô Borges e Márcio Borges
10 - Onde A Gente Está - Lô Borges e Márcio Borges
11 - Feita de Luz - Lô Borges e Márcio Borges
12 - Olá Como Vai - Lô Borges e César Maurício
13 - Canção Mais Além - Lô Borges e Patrícia Maês
14 - Carnaval de Cor - Lô Borges e Márcio Borges   

Transmissor – De Lá Não Ando Só (2014)

Depois de alguns boatos de que seria lançado em meados de 2013, De lá não ando só (2014), terceiro registro em estúdio da banda mineira Transmissor, finalmente chega aos ouvidos do público. Sucessor do já maduro Nacional – um dos 50 Melhores Discos Nacionais de 2011 -, o novo álbum parece seguir de perto o exercício proposto há três anos, reverberando melodias acolhedores, versos melancólicos e experiências que aproximam o Rock Alternativo dos anos 2000 de veteranos da década de 1970, principalmente do Clube da Esquina.

Aos comandos de Pedro Hamdan (Bateria), Daniel Debarry (Baixo), Henrique Matheus (Guitarra/Bandolim), Leonardo Marques (Voz/Guitarra/Teclado), Thiago Corrêa (Voz/Violão/Teclado) e Jennifer Souza (Voz/Guitarra/Teclado), o trabalho de 12 inéditas composições mostra o bom domínio em estúdio do veterano Carlos Eduardo Miranda, produtor do álbum. Emanando todo um conjunto de novas experiências – líricas e musicais -, o trabalho já pode ser apreciado na íntegra logo abaixo.
Por Cleber Facchi

Preço – R$25,00

Faixas:
01 - Queima O Sol - Leonardo Marques e Pedro Hamdan
02 - Só Um - Leonardo Marques
03 - 25 Horas Por Dia - Jennifer Souza
04 - Todos Vocês - Thiago Correa
05 - Mais Quente do Que Quis - Leonardo Marques
06 - Nossas Horas - Thiago Correa
07 - Nada Pra Te Devolver - Thiago Correa
08 - Retiro - Jennifer Souza e Laura Lopes
09 - De Lá Não Ando Só - Leonardo Marques, Henrique Matheus e Pedro Hamdan
10 - O Que Você Quer Ouvir - Jennifer Souza e Thiago Correa
11 - Canso A Cabeça - Leonardo Marques
12 - Casa Branca - Leonardo Marques

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Derivasons (2014)

Há diversos desafios que se apresentam aos jovens compositores brasileiros ligados ao contexto da música contemporânea de concerto. Logo de início, observa-se uma enorme desarticulação das instituições envolvidas com a produção artística e montagem de eventos. Isso está diretamente relacionado ao modus operandi das agências de financiamento. Devido à inviabilidade comercial desse tipo de música no que diz respeito a uma relação direta com o consumidor, torna-se imprescindível a presença de algum tipo de mecenato.

Entretanto, o perfil atual dos mecanismos de subvenção é perverso pois, ao mesmo tempo em que se apoia em uma hipotética neutralidade na concorrência de todos os tipos de propostas vindo dos mais diversos segmentos sociais, finge ignorar o massivo retorno publicitário das produções mais populares às empresas financiadoras. Essas são algumas das razões que obrigam a música
contemporânea de concerto a se refugiar dentro dos muros da universidade pública. Mas os espaços externos precisam ser atingidos. No começo do século XX, Adorno já havia nos advertido sobre os paradoxos vividos pela música mais radical: por um lado, sua expressividade alimentava-se da recusa em ceder espaços a uma escuta domesticada; por outro, o isolamento criado em consequência dessa escolha implicava em um afastamento prolongado de um público mais diversificado.

Com o tempo, as próprias motivações sociais dessa forma de arte ficam enfraquecidas. Por isso, torna-se muito importante construir um espaço de diálogo com o público em um território aberto, desprotegido. E o próprio sentido do trabalho se enriquece com o embate das propostas e respostas heterogêneas. Ultrapassa-se, desse modo, um discurso estético demasiadamente arbitrário e autossuficiente.

Outro desafio enfrentado pelos jovens compositores diz respeito a como se situar diante de duas grandes ideologias herdadas do modernismo do século XX. A primeira é iconoclasta e, como uma esfinge, devora todas as propostas que apresentem traços tradicionais, ou que revelem suas influências de um modo claro e explícito: é a exigência do utópico "novo". O risco aqui é de um
primitivismo autoindulgente e sem espessura expressiva, justamente porque despreza-se a história. A segunda, ao contrário, exige uma filiação devidamente documentada de alguma linhagem considerada "nobre" na história da música contemporânea. Nesse sentido, torna-se fundamental deixar nas partituras vestígios rastreáveis de procedimentos técnicos reconhecidos, como séries, espectros, permutações, aleatoriedade, etc.

O grande perigo aqui reside em uma cademismo sem expressividade. É sempre difícil encontrar um caminhointeressante entre essas duas forças contraditórias e hostis. Acredito que ele passa, necessariamente, pelo cultivo de algumas fantasias peculiares a cada artista. É preciso resistir àquelas pressões genéricas e impessoais com escolhas singulares e deixar surgir, aos poucos, uma paisagem musical que adquire sua consistência justamente no enlaçar das forças objetivas dos materiais sonoros
com as ressonâncias afetivas que eles despertam em cada criador, de um modo pessoal e ao mesmo tempo dinâmico.

Diante desse contexto, a formação de um grupo de jovens compositores, recém egressos da graduação em composição musical (UFMG), ao redor de uma proposta coletiva - atuar nos campos de criação, performance e produção musical - revela-se muito importante e especial. O Derivasons já existe há algum tempo, com apresentações em diversas oportunidades e contextos, mas lança
agora seu primeiro CD. Para a gravação foram convidados diversos intérpretes, de modo que podemos dizer que, neste CD, o Derivasons apresenta seus compositores.

O primeiro aspecto que me chama a atenção é a diversidade de estilos e propostas. Há homenagens ao cinema - Mario Peixoto e Fellini - e aos quadrinhos - Watchmaker; há solos, peças para conjunto de câmara e verifica-se mesmo a presença da eletroacústica; transita-se do modal ao ruído, passando
pelos afetos mais diversos. Essa multiplicidade reforça a percepção de que não se trata de uma reunião ao redor de uma estética, mas sim de uma práxis. Trata-se de reunir forças para enfrentar os inúmeros obstáculos e buscar o florescimento do potencial criativo de cada um de seus membros.

Este CD é um momento especial: que o Derivasons prossiga seu trabalho com novas produções e consiga multiplicar os projetos musicais de seus compositores. Nesses dias de marasmo cultural, onde o sucesso popular constrói-se sobre propostas tão assustadoramente limitadas, precisamos cada
vez mais de uma música especulativa e fantasiosa, que estimule nossa imaginação e nos ajude a sonhar.

R$20,00

Faixas
01 – Para Mario Peixoto / Para Fellini – Marcos Sarieddine
03 – Watchmaker – Renan Fontes
04 – Jurema N0 1 – Luis Friche
05 – À sós – Marcos Braccini
06 – Ser Ruido – Thais Montanari

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Matheus Brant - A Música e O Vazio No Trabalho - CD/Livro (2014)

Matheus Brant lança obra inspirada em Hannah Arendt
Autor apresenta um olhar crítico sobre o trabalhador e a frieza da lei

Inspirado nas variadas dimensões do trabalho humano e nas lacunas presentes no Direito do Trabalho, o compositor e advogado Matheus Brant lança a obra “A música e o vazio no Trabalho: reflexões jurídicas a partir de Hannah Arendt” (editora Initiavia). Composta por um livro, um CD e pinturas assinadas pela artista plástica paulista Deborah Paiva, a criação multimídia apresenta uma linguagem acessível, direta e ao mesmo tempo, poética, reflexiva.

Para conceber a obra, Matheus trabalhou a interface entre a Filosofia, Arte e o Direito.  Após ter o primeiro contato com o livro “A condição humana” de Hannah Arendt na disciplina Fundamentos Filosóficos do Trabalho, no Mestrado da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o autor extrapolou o meio acadêmico, apresentando um diálogo harmonioso entre música, filosofia e direito do trabalho.

 Todas as cinco músicas que compõem o CD foram feitas juntamente com a escrita do texto. “Senti a necessidade de reunir elementos artísticos para dar extensão às minhas ideias e questionamentos. Elas manifestam o meu olhar sobre as múltiplas dimensões do trabalho humano”, explica.
 O resultado do trabalho, que teve sua origem na dissertação de mestrado do autor intitulada “As Dimensões Esquecidas pelo Direito do Trabalho: composições e reflexões a partir de Hannah Arendt”, foi uma crítica contundente à forma pela qual a lei compreende o trabalho humano, sob o fio condutor da obra da filósofa alemã. “Procurei apontar uma certa miopia que parece assolar o Direito do Trabalho, impedindo-o de proteger dimensões como a satisfação, o reconhecimento, a realização, a projeção, enfim, dimensões subjetivas do ser humano em seu trabalho”, diz Matheus.

Pensadores do direito elogiam a obra de Matheus Brant
 “Com originalidade singular, a obra, ao dedicar-se ao significado mais profundo do trabalho, apresenta grande contributo científico para o aperfeiçoamento do Direito do Trabalho, e o faz na perspectiva do saber da cultura em dimensão mais ampla”.
*Trecho da apresentação do livro, assinada por Daniela Muradas,
Professora de Direito do Trabalho da Faculdade de Direito da UFMG
Sobre Matheus Brant

Músico e compositor, Matheus Brant fundou em 2005 o grupo Chapéu Panamá com o qual, em 2009, lançou o disco “Ao vivo na Biblioteca”, com seis composições próprias. Teve diversas canções selecionadas para festivais como o Festival de Música de Belo Horizonte e a Mostra de Música Cidade Canção, em Maringá, no Paraná. Em 2012, Matheus lançou seu primeiro álbum “A Semana”, que traz 12 composições suas e conta com as participações especiais de Curumin, Marina Machado, José Luis Braga, Juliana Perdigão e Renato Rosa.O disco foi gravado e produzido por Lenis Rino, co-produzido por Flávio Medeiros, mixado por Gustavo Lenza e masterizado por Felipe Tichauer, e alcançou significativa expressão na internet.

Matheus é também advogado, sócio do escritório “Caldeira Brant Sociedade de Advogados” e mestre em Direito pela UFMG com a dissertação “Dimensões esquecidas pelo Direito do Trabalho: composições e reflexões a partir de Hannah Arendt”. Foi diretor da Cooperativa de Músicos de Minas Gerais-COMUM e é filiado à União Brasileira de Compositores.

Preço – R$50,00

Faixas:
01 - Duas
02 - Quintal
03 - Sustenta
04 - Artificial
05 - Uma

Todas as músicas são de Matheus Brant

Chuva a Granel – No Ar, Dentro da Caixa (2014)


Diz o adágio popular que nos menores frascos se revelam os melhores conteúdos. Pois é mesmo uma cápsula espacial o EP de estreia da banda belo-horizontina Chuva a Granel, de título "No ar, dentro da caixa".
Produção independente, financiada pelo coletivo de admiradores da banda, as seis faixas selecionadas para o projeto transfiguram o ouvinte em uma espécie de absorto cosmonauta, capaz de realizar com coesão um périplo de identidades e reflexões, desde a austeridade de entidades insondáveis, como em "Cenário" (Passo nas pedras /Das casas iguais/Matando a fome / Chamando o dia / Trabalha, José/ Grita, José / Respira), às irreverentes nebulosas  do prosaico, como se observa em "Achados e Perdidos" (Onde estou, que não morri?/Por acaso alguém há pouco me viu passar por aqui?).

O próprio verso que nomeia o EP é exitosamente succionado da faixa - e do contexto de -  "Caixa de Astronauta", ela própria uma cadeia de metáforas, estrapolada a partir de uma frivolidade cotidiana. Esse excerto, ao intitular todo o trabalho, ganha indumentária de elementos inerentes à própria Indústria Cultural Fonográfica, em um esperto jogo de palavras e de autoreferência.

Os criadores desse miniverso ideofônico, posto que de letras e músicas, são os integrantes Jardel Rodrim e Karine Amorina, além dos parceiros Fabrício Belmiro (letra e música de "Terra em Transe", que homenageia o cineasta Gláuber Rocha),  Djaíla Cássia (letra de "Cenário") e Haroldo Leão (letras de "Cadente Madrugada", "Caixa de Astronauta", "Orientação" e "Achados e Perdidos").
Pena que a contemporaneíssima "Ninar" (Karine Amorina), com sua adorável impaciência súbita tão própria destes nossos tempos, não esteja também registrada neste prazeroso projeto de descoberta identitária, de tons, vozes e lugares de uma banda ascendente no cenário musical mineiro (embora constante do set list do show de lançamento). Talvez seja estrategicamente assim, por melhor. Bom abandonar à ansiosa deriva os admiradores enquanto ainda mais almejam.

Por Leo Peifer (alternadamente jornalista e artista)

SOBRE A BANDA
A Chuva a Granel nasceu em 2008, com a proposta de fazer música autoral. De lá para cá pesquisa novas sonoridades, palavras, arranjos e composições. Foi formando sua identidade sonora a partir de uma mistura dos vários estilos musicais de cada um de seus integrantes, o que resultou num som com forte influência da música brasileira e do blues.
Com participações em festivais, mídia impressa e televisão, a banda tem estado em evi­dência no cenário da música independente mineira: foi finalista do Prêmio de Música das Minas Gerais em 2012 e teve a canção Cadente Madrugada premiada no 2º Festival da Canção de Conceição do Mato Dentro, na categoria Melhor Arranjo.

Preço – R$10,00

Faixas
01 - Cadente Madrugada - Harldo Leão e Jardel Rodrim
02 - Caixa de Astronauta - Karine Amorina, Jardel Rodrim e Haroldo Leão
03 - Cenário - fabrício Belmiro e Djaíla Cássia
04 - Terra Em Transe - Fabrício Belmiro
05 - Achados & Perdidos - Haroldo Leão e Jardel Rodrim
06 - Orientação - Karine Amorina, Jardel Rodrim e Haroldo Leão

Thelmo Lins e Wagner Cosse - Casa de Vinicius (2014)

Em setembro de 2013, os cantores Thelmo Lins e Wagner Cosse, de Belo Horizonte, produziram e apresentaram um espetáculo especialmente concebido para homenagear o grande poeta e compositor Vinicius de Moraes em seu centenário de nascimento. O espetáculo foi inserido na programação oficial do Projeto CASAS, que eles criaram para homenagear os países que contribuíram para a formação da cultura brasileira e os grandes nomes da MPB. Devido ao sucesso da iniciativa, os artistas receberam, do público, a incumbência de fazer o registro fonográfico das apresentações. Naquele momento nascia o CD CASA DE VINICIUS, mais novo trabalho dos cantores, que contou com a participação de músicos mineiros da nova geração e das cantoras Ana Cristina e Lígia Jacques.
Das 20 canções selecionadas para o show, 16 foram registradas em estúdio, focalizando o amor no universo poético-musical de Vinicius de Moraes.

O repertório tem, como fio condutor, as aventuras e desventuras de um relacionamento amoroso, desde o momento em que o casal se conhece, se apaixona e resolve dividir o mesmo teto, até o surgimento das discussões e das brigas, culminando com a separação. E, após a desilusão, o recomeço, o renascimento da esperança impulsionando a busca do novo amor. Para contar todas as etapas dessa história, foram selecionados grandes clássicos da música brasileira:

Um dos destaques do trabalho é a qualidade dos arranjos, concebidos coletivamente pelos músicos Lucas Telles (violões), Luísa Mitre (piano), Sanchez Almeida (baixo), Diego Mancini (contrabaixo acústico com arco), Lucas Ladeia (cavaquinho), Dado Prates (flautas) e Ana Brandão (percussões). Com beleza, criatividade e ousadia, os arranjos dão novas roupagens para o repertório selecionado e evocam outras obras de Vinicius de Moraes, como Berimbau, Por toda a minha vida e Valsinha, criando surpreendentes elos emocionais entre as canções.

Técnica e emoção
CASA DE VINICIUS atesta o amadurecimento artístico e vocal de Thelmo Lins e Wagner Cosse. As canções ganharam interpretações personalíssimas e contundentes, que equilibram técnica e emoção, revelando a capacidade de reinvenção das melodias e a maturidade artística dos cantores, resultante das inúmeras apresentações musicais realizadas em turnês por vários estados brasileiros. Este trabalho também reforça a parceria dos cantores com uma nova geração de músicos de Minas Gerais, que trouxe frescor e novidade para o CD. “São músicos jovens e extremamente inteligentes, com grande conhecimento musical. Lucas, Luísa e Ladeia fazem parte do Toca de Tatu, grupo instrumental de relevância na nova cena mineira que, recentemente, fez sua primeira turnê internacional pela Europa. Sanchez Almeida e Diego Mancini trouxeram uma interessante experiência para o disco. Enquanto Sanchez se divide entre a MPB, a música gospel e a atuação como professor da Bituca Universidade de Música Popular, em Barbacena, Diego bebeu na fonte do jazz, após viver vários anos trabalhando como músico em Los Angeles (EUA). Dado Prates é um dos mais respeitados músicos mineiros por seu trabalho apurado na área dos sopros. Já Ana Brandão é uma percussionista experiente nos palcos, que estreia oficialmente em gravações de CD, mostrando um trabalho vigoroso e muito criativo”, analisa Lins.

Informações complementares sobre os cantores
O belo-horizontino Wagner Cosse é cantor, dançarino, folclorista, produtor cultural e jornalista. Iniciou sua vida profissional aos sete anos, cantando no programa infantil Roda Gigante, da extinta TV Itacolomi. Como cantor, ator e dançarino, atuou em shows e espetáculos musicais, dentre os quais, destacam-se Cristal, com Oswaldo Montenegro e Cássia Eller (1982), Uma Festa No Céu (1997), Sons de Minas (1999), Negrolume (2005) e Rosas para Noel (2010), que gerou o CD gravado ao vivo ao lado do violonista Geraldo Vianna. Wagner Cosse integra o Grupo Folclórico Aruanda, desde 1986, onde já exerceu as funções de dançarino, cantor, pesquisador e vice-presidente, sendo, desde 2009, diretor artístico. Com o Aruanda, representou o Brasil em vários festivais internacionais de folclore realizados na Europa e Américas.

Thelmo Lins é cantor, ator, gestor cultural, escritor e jornalista. Nasceu em Itabirito (MG). Começou sua trajetória artística no teatro, em 1984. Em 2000, lançou o CD solo Encontro dos Rios. Em 2011, lançou o CD solo Samba, Sambá, Sambô. Criou, em 2007, a empresa TW Cultural, de produções artísticas e culturais. Neste mesmo ano, lançou o livro de poesias Rosas Amassadas, com prefácio de Fernando Brant. Desde 2009, é responsável pela administração do Teatro Santo Agostinho, de Belo Horizonte. Apresenta, desde março de 2012, o programa Arte no Ar, na TV Horizonte, da capital mineira, dedicado à música.

Preço – R$25,00

Faixas:
01 - Samba Para Vinicius - Chico Buarque e Toquinho
02 - Formosa - Vinicius de Moraes e Baden Powell
03 - Labareda - Vinicius de Moraes e Baden Powell
04 - Minha Namorada - Vinicius de Moraes e Carlos Lyra
05 - Eu Sei que Vou Te Amar - Vinicius de Moraes e Tom Jobim
06 - Soneto de Fidelidade - Vinicius de Moraes
07 - Canto de Ossanha - Vinicius de Moraes e Baden Powell
08 - Apelo - Vinicius de Moraes e Baden Powell
09 - É Preciso Dizer Adeus - Vinicius de Moraes e Tom Jobim
10 - Derradeira Primavera - Vinicius de Moraes e Tom Jobim
11 - Canto Triste - Vinicius de Moraes e Edu Lobo
12 - Samba Em Prelúdio - Vinicius de Moraes e Baden Powell
13 - Janelas Abertas - Vinicius de Moraes e Baden Powell
14 - Chega de Saudade - Vinicius de Moraes e Tom Jobim
15 - Se Todos Fossem Iguais A Você - Vinicius de Moraes e Tom Jobim
16 - Como Dizia O Poeta - Vinicius de Moraes e Toquinho     

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Marcello Dinis - Esperanto Banto (2013)

O cantor e compositor mineiro Marcello Dinis lança novo CD, intitulado Esperanto Banto, que tem participações de Milton Nascimento, Juarez Moreira, Tempera Viola e vários outros convidados.

Natural de Divinópolis, Marcello Dinis tem uma longa carreira no cenário musical, com cinco CDs gravados. Seu repertório inclui samba, rock, reggae, forró e ritmos do Caribe. Cursou musicalização e violão clássico na Fundação de Educação Artística, entre 1982 e 86. Foi barítono no Coral Newton Paiva e se apresentou em concertos, peças teatrais, espetáculos de ópera e coro de orquestras em festivais internacionais realizados no Brasil. Durante três anos, integrou o coro que acompanhou Roberto Carlos no Mineirinho.

Sua carreira na música popular começou muito cedo, com apresentações em casas noturnas e festivais da canção, colecionando vários prêmios. Em 2013 foi classificado no Festival de Boa Esperança, chegando a participar de uma eliminatória com o baião Passarinha – com letra de Jorge Fernando dos Santos, incluída no novo CD. Realizou shows em São Paulo, Rio de Janeiro, Maceió, Recife e interior da Bahia, além de ter percorrido cerca de 400 cidades do interior de Minas.

Estreou em disco com o LP Balaio de Gato, lançado em 1992 , em parceria com Alexandre Az e Sérgio Misan. Foram vendidas 3 mil cópias e a canção Alô de Londres foi incluída no CD Bateia, de 1995, ao lado de canções de alguns dos melhores nomes da música mineira. Em 1998, junto com os parceiros Cássio Tiso e Júlio Costa Val, lançou o CD Claro, que incluiu participações especiais de Túlio Mourão, Chico Amaral, Gê Lara, Lemão e o grupo percussivo Tambolelê. O projeto gráfico foi feito pelo design Otávio Bretãs, com ilustrações do cartunista Aroeira.

Além de se apresentar em diversas casas de Belo Horizonte, entre elas o antigo Cabaré Mineiro – ao lado de Celso Adolfo, Lô Borges, Tadeu Franco e outros artistas –, Marcello Dinis produziu durante três anos o projeto Caldos e Canjas, juntamente com o baixista Paulinho Carvalho e o baterista Mário Castello. Nessa época, tocou com Toninho Horta, Robertinho Silva, Paulinho Santos, Neném, Cláudio Venturini, Telo Borges e banda Tianastácia.

Depois dos CDs Central de Minas, gravado ao vivo em 2003; Toca Minas e Sem começo nem final, produziu seu primeiro DVD em 2010, todo ele com músicas inéditas de sua autoria. O novo disco, Esperanto Banto, prima pela qualidade do repertório e pelas participações especiais.

Além de Milton Nascimento, Juarez Moreira e Tempera Viola – grupo do qual faz parte ao lado das cantoras e percussionistas Beth Leivas e Danuza Menezes, também se destacam Carlinhos Tiso, Jelber Oliveira e Pedrinho do Cavaco. Todas as faixas são de Marcello Dinis e parceiros, com exceção de Ame o Sol, por favor, de Celeste Brandão. O projeto gráfico é de Otávio Bretas, com foto de capa de Miguel Aun.

Preço – R$25,00

Faixas:
01 - Bendito Samba - Marcello Dinis e Amaury Candido
02 - Cena de Cinema - Marcello Dinis e Soninha Silva
03 - Crise, Take It Easy - Marcello Dinis e Helmut Gondim
04 - Esperanto Banto - Marcello Dinis, Beto Pantera e Chico Canela
05 - O Que Importa - Marcello Dinis e Soninha Silva
06 - Meninice - Cássio Tiso e Marcello Dinis
07 - Samba Mulambo - Marcello Dinis e Helmut Gondim
08 - Corda Bamba - Marcello Dinis e Helmut Gondin
09 - Passarinha - Marcello Dinis e Jorge Fernando dos Santos
10 - Pode Procurar - Marcello Dinis e Julio Costa Val
11 - Quem é Que Dirá? - Marcello Diniz, Chico Alves e Helmut Gondim
12 - Ame O Sol, Por Favor - Celeste Brandão