Músico da noite desde a década de 1980, Celso Moreira, de 60 anos, conseguiu levar para o disco a convivência harmoniosa que mantém com os clássicos brasileiros, paralelamente à criação autoral. “Quando damos ao povo o que ele quer, ele nos devolve o que quer. Se toco Conversa de botequim, de Noel Rosa, gostarão do Meu bolero (Guanhães Clube)”, diz o violonista.
Gravado ao vivo no Teatro Municipal de Sabará (detentor de uma das melhores acústicas do Brasil), com direito a posteriores ajustes de estúdio, o disco é o segundo da carreira do artista. Depois de Autoral (2007), registrou repertório mesclando standards da música brasileira à sua já reconhecida criação. Recorreu a velhos conhecidos como Noel Rosa, Pixinguinha e Tom Jobim, com os quais convive nos shows ou nas aulas de improvisação e harmonização, ministradas em estúdio próprio.
Irmão do também violonista Juarez Moreira, 57 anos, Celso lembra que o projeto original do disco previa gravação ao vivo no Teatro Municipal de São João del-Rei. “Por questões de logística, readequamos o projeto para Sabará, também ao vivo”, conta. Além do trio formado por André “Limão” Queiroz (bateria), Christiano Caldas (teclado) e Milton Ramos (baixo), ele recebeu convidados.
Com repertório autoral inédito, o violonista cria clima para a exibição da brasilidade de sua música, sem exageros, limitando-se a fazer de seu instrumento parte integrante de grupo cuja excelência é reconhecida na cena instrumental. Com direito aos devidos solos, visto que Celso não oculta desejo de dedicar o próximo projeto fonográfico ao formato em que o irmão Juarez é craque. “Temos convivência boa e saudável”, diz Celso sobre o irmão. Musicalmente, no entanto, não esconde que, nos últimos tempos, os dois têm se encontrado muito raramente.
“Até em função de nossas carreiras”, justifica. “Nos entendemos muito bem. Juarez gosta do que gosto”, afirma, admitindo que o irmão é seu ídolo. “Gosto muito do estilo e da estética musical dele”, justifica Celso, antecipando que eles pretendem fazer um encontro no palco para registro em disco. Amante dos standards brasileiros, o violonista afirma que está com eles bem na mão, com arranjos amadurecidos. “Escolhi o repertório exatamente por isso. Se já toco essas músicas há anos, para gravar é mais fácil ainda”, conclui Celso.
*por Ailton Magioli - EM Cultura
Preço – R$28,00
Faixas:
01 – O Nosso Amor – Antônio Carlos Jobim e Vinícius de Moraes
02 – Valsa Sem Nome – Celso Moreira
03 – Água de Beber – Antônio Carlos Jobim e Vinícius de Moraes
04 – meu Bolero (Guanhães Clube) – Celso Moreira
05 – Conversa de Botequim – Noel Rosa e Vadico
06 – Valsa Pra Fellini – Celso Moreira
07 – Um a Zero – Pixinguinha
08 – Copacabana – João de Barro e Alberto Ribeiro da Vinha
09 – Apressadinho – Celso Moreira
10 – Eu Vim da Bahia – Gilberto Gil
11 – Samba do Avião – Antônio Carlos Jobim e Vinícius de Moraes
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