sexta-feira, 13 de abril de 2012

Marcos Paiva e MP6 – Meu Samba No Prato – Tributo A Edison Machado (2011)

João Gilberto revolucionou a música brasileira em 1958 ao sintetizar a batida do samba no seu violão. A revolução do baterista Edison Machado (1934 - 1990) foi mais silenciosa - ainda que explosiva. Machado sintetizou a batida do samba no prato de sua bateria e marcou época nos anos 60 - a década da proliferação do samba-jazz - com seu som inovador e com o toque incendiário de sua bateria. Integrante dos trios Bossa Três e Rio 65 Trio, o baterista lançou álbum antológico, Edison Machado É Samba Novo (1964), uma das referências máximas do samba-jazz produzido na época.

É este disco que o contrabaixista Marcos Paiva celebra em especial no CD Meu Samba no Prato - Tributo a Edison Machado, gravado por Paiva com seu sexteto MP6. Sem jogar nota fora, mas com inventividade, o sexto reverencia o estilo de Machado ao tocar seis temas. Quatro - Edison #2, Edison #3, Edison #5 e Edison #6 - são composições de Paiva, criadas com inspiração no referencial álbum de 1964. As outras duas são inventivas abordagens de Aquarela do Brasil (Ary Barroso) - tingida com as cores da dissonância - e Acender as Velas (Zé Kétti).

Com carreira solo iniciada em 2007, Paiva - músico criado em Minas Gerais e hoje radicado em São Paulo (SP) - surpreende positivamente neste CD, tanto pelo toque de seu contrabaixo acústico como pelo entendimento de que seu tributo a Machado somente resultaria satisfatório se o seu instrumento não fosse o centro do disco. Sem egotrips, Paiva permite que o MP6 toque samba-jazz à moda tradicional. É samba velho, mas cheio de frescor. Para quem gosta do gênero, o CD é prato cheio de ótima música.
*por Mauro Ferreira

Preço – R$20,00

Faixas
01 – Aquarela do Brasil – Ary Barroso
02 – Edison #3 – Marcos Paiva
03 - Edison #2 – Marcos Paiva
04 – Acender As Velas – Zé Kéti
05 – Edison #6 – Marcos Paiva
06 – Edison #5 – Marcos Paiva

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Renato Motha e Patrícia Lobato - Shabds para a paz (2006)

O álbum com 9 faixas foi gravado em 2006, lançado no Japão em Março de 2007 pelo selo NRT/MARITMO, e no Brasil, em Junho do mesmo ano.

Shabds para a paz apresenta uma seleção de mantras da tradição indiana, revestidos por melodias, harmonias e ritmos tipicamente brasileiros. Os mantras interpretados por Renato Motha e Patricia Lobato, fazem parte do repertório de kirtans do Kundalini Yoga, uma escola cujas práticas são baseadas nos ensinamentos do Mahan Tântrico indiano Yogi Bhajan (1929 - 2004), quem em 1969, apresentou essa tecnologia ao Ocidente.

Preço – R$25,00

Faixas
01 - ONG NAMO - Guru Nanak (séc XV)
02 - AD GURE NAME - Guru Nanak (séc XV)
03 - MUL MANTRA - Guru Nanak (séc XV)
04 - GURU RAM DAS - Yogi Bhajan (séc XX)
05 - WAAH YANTI KAR YANTI - Patanjali (1.000aC)
06 - RAKHE RAKHANHAAR - Guru Arjun (séc XVI)
07 - SAT SIRI SIRI AKAAL - Yogi Bhajan (séc XX)
08 - GOBINDE MUKANDE - Guru Gobind Singh (séc XVIII)
09 - SAT NAM - Guru Nanak (séc XV)

Renato Motha – Trilha das Mãos (1999)

Este álbum traz uma trilha criada por Renato Motha para um espetáculo cênico-musical em parceria com a bailarina e coreógrafa Dudude Herrmann. É um disco solo, mesclando vocalizações e solos de violão. Um trabalho inusitado, em que Renato usa de maneira particular sua voz e seu corpo como instrumentos.

Este álbum, gravado em Belo Horizonte, de janeiro a março de 1999, no Estúdio Via Sonora por Demerval Filho (Dedé), mixado Estúdio Fibra – RJ, por Marcos Vicente, e masterizado na Vison Digital – RJ, por Luiz Tornaghi, traz fotos de Márcia Charnizon e Roberto Tostes, com projeto gráfico de Otávio Bretãs.

A concepção deste trabalho abre espaço para a improvisação, possibilitando assim, a livre expressão de ambas as artes.

Preço – R$25,00

Faixas
01 - O Mundo (Renato Motha)
02 - Dança das Cordas (Renato Motha)
03 - Zum Zum (Renato Motha)
04 - Viageiro (Renato Motha)
05 - Shakti (Renato Motha)
06 - Pajé (Renato Motha)
07 - Tric Trac (Renato Motha)
08 - Passarinho (Renato Motha)
09 - No Tom da Chuva (Renato Motha)
10 - Samplerman (Renato Motha)
11 - Trilha das Mãos (Renato Motha)
12 - O Olhar da Moça que Dança (Renato Motha)

Renato Motha e Patrícia Lobato – Antigas Cantigas (1999)

Desde criança, Renato Motha ouvia na voz de sua mãe as músicas de seresta, valsas, modinhas, e só mais tarde pôde perceber a riqueza daquelas canções que povoaram sua infância.
Em 1998, Renato elaborou um projeto com o objetivo de registrar em disco parte desse repertório numa leitura pessoal, mas preservando-lhe a essência.

Em 1999, Renato Motha lança com Patricia Lobato o álbum Antigas Cantigas Brasileiras, e recebe sua mãe, Zaíra Fernandes Mota, para dividir com ele a faixa É a ti flor do céu.

O CD foi gravado e mixado por Demerval Filho no estúdio Via Sonora, materizado por Evandro Lopes no Estúdio Sonhos & Sons em Belo Horizonte, produzido e arranjado pelo próprio Renato, que tocou violão, além de vocalizar os sons de trompete e cordas. Também contou com as participações de Robério Molinari (piano), Marcelo Rocha (clarinete) e Nenén (percussão).

Vale destacar o projeto gráfico feito por Otávio Bretas, com foto da capa de Wilson Baptista, fotos de época de Belo Horizonte, e do acervo particular de Patricia e Renato, abrindo-nos um antigo álbum de família.

Preço – R$25,00

Faixas
01 - Morena morena (Domínio Público)
02 - Prenda minha (Domínio Público)
03 - Eu sonhei que estavas tão linda (Lamartine Babo e Francisco Mattoso)
04 - Bodas de prata (Roberto Martins e Mário Rossi)
05 - Tim Tim (Domínio Público)
06 - Sabiá lá na gaiola (Domínio Público)
07 - É a ti flor do céu (Teotônio Alves Pereira e Modesto A. Ferreira)
08 - Róseas flores d’alvorada (Domínio Público – recolhido e arranjado por Mário de Andrade)
09 - Adeus Sarita (Domínio Público)
10 - Pingo d’água (Domínio Público)
11 - Casinha Pequenina (Domínio Público – Arranjo para piano de Radamés Gnatalli)
12 - Quem sabe? (Carlos Gomes e Bittencourt Sampaio)

Renato Motha – Amarelo (1998)

O álbum com 19 faixas foi lançado em 1998, marcando o início da parceria de Renato Motha com Patricia Lobato. Amarelo é um disco autoral, trazendo também releituras de Motha para clássicos da MPB, além das participações de Ivan Lins, Bob Tostes, Marku Ribas e Patricia Lobato.

Com projeto gráfico de Marcilio Godói e fotografia de Márcia Charnizon, o álbum foi gravado por Fernando Rodrigues e Perón Rarêz, no estúdio 108 em Belo Horizonte, mixado por Enrico de Paoli, no estúdio Impressão Digital no Rio de Janeiro, e masterizado também no Rio, no Magic Máster, por Ricardo Garcia, com arranjos, direção e produção do próprio Renato.

Preço – R$25,00

Faixas
01 - Amarelo (Renato Motha e Patrícia Lobato)
02 - Boto Fé (Renato Motha)
03 - Correntes (Renato Motha e Valter Braga)
04 - Magamalabares (Carlinhos Brown)
05 - Cafarnaum (Renato Motha e Patrícia Lobato)
06 - Mussulo (Renato Motha e Patrícia Lobato)
07 - Tan - Sem (Renato Motha)
08 - É Tudo Tão Bom Com Você (Renato Motha)
09 - Guardiã (Renato Motha e Valter Braga)
10 - Vieste (Ivan Lins e Vitor Martins)
11 - Sete Véus (Renato Motha)
12 - Gata Patty (Renato Motha)
13 - Meu Bem Querer (Djavan)
14 - Verde Que Te Quero Ver-te (Renato Motha e Patrícia Lobato)
15 - Mundo Azul (Renato Motha e Patrícia Lobato)
16 - Daniel (Renato Motha)
17 - Fotografia (Antônio Carlos Jobim)
18 - Flor de Mim (Renato Motha)
19 - Minha Casinha (Domínio Público)

Regina Spósito (2001)

Primeiro trabalho solo da cantora Regina Spósito, o CD de mesmo nome foi produzido por ela em parceria com o arranjador e compositor Flavio Henrique. Apresenta composições de Vander Lee, Renato Motha, Flavio Henrique, Zeca Baleiro dentre outros.

Preço – R$25,00

Faixas
01 - Eu Não Vejo Nada (Vander Lee)
02 - Pra Ela Passar (Vander Lee)
03 - Cabra-Cega (Renato Motha e Vander Lee)
04 - Costura da Vida (Sérgio Pererê)
05 - Choro do Fim do Mundo (Flávio Henrique e Zeca Baleiro)
06 - To (Elton Medeiros e Tom Zé)
07 - Chazinho com Biscoito (Vander Lee)
08 - Se Pudesse com Você (Affonsinho)
09 - O Amor (Flávio Henrique, Renato Negrão e Makely)
10 - O Olho (Vander Lee)
11 - Eu Não Vejo Nada (Vander Lee)

Regina Souza – Outonos (2010)

Quando pensei em fazer esse disco, mergulhei fundo em várias questões pessoais e artísticas. Até porque, alguns anos se passaram desde que lancei meu primeiro CD, “Regina Spósito”. Como dizia minha avó, “na hora a hora chega”, senti que tinha chegado a hora de apresentar um novo trabalho.

Pensei no Rodrigo Campello como produtor, mas não o conhecia. O Tim Rescala fez a ponte pra mim, a Raquel Hallak resolveu as questões de produção e no final de 2005 fui ao Rio pra gente se conhecer.
Tudo certo, marcamos de começar em março de 2006.

No meu segundo encontro com o Rodrigo levei algumas músicas, mas também composições que tinha feito com o Vander Lee. Minha proposta tinha mudado um pouco e o Rodrigo brincou “se o caminho é esse, vamos relaxar com o prazo. Tem disco que é assim, tem disco que é assado”.
E o nosso ficou assim assado. Eu levando as parcerias que fazia e músicas que pedi para alguns amigos e o Rodrigo fazendo lindos arranjos para as canções.

“A estrada” eu cantava há muito tempo nos meus shows. “Se você quiser mais sem bronquear” eu conheci quando fazia uma pesquisa de repertório para o meu primeiro disco. Mas acho que as primeiras canções que levei foram “Desfeito”, “Fado” e “O atendente”.
E foi assim durante toda a produção. Música por música. Uma história com cada “parceiro”: meu marido Vander Lee e meus amigos Flávio Henrique, Affonsinho, Zeca Baleiro e Lokua Kanza. Sérgio Pererê e o seu jeito simples e profundo de falar da vida, e Paulinho Moska, que gentilmente adaptou pra mim a sua versão para “Depois que te perdí”, do Kevin Johansen.

Dois anos depois concluimos as gravações, com a participação de músicos extraordinários. Rodrigo já havia feito toda a pré-produção, tocado vários instrumentos, feito os arranjos e as programações. Depois veio o Marcos Suzano. Sempre o admirei e foi uma alegria conhecê-lo. O Carlos Malta já havia participado do meu primeiro CD e, sendo sua fã, não imaginava o disco sem a sua participação. O Lui Coimbra fez todo o sentido em “Quem sou eu”. Aquela rabeca é o som que me lembra Bocaiúva, norte de Minas, de onde veio minha família Souza. Tiveram meus amigos Juarez, Lincoln e Fiúza. Estava em casa.

O Marcos Nimrichter, que levou a musete para o estúdio. Mesmo antes de ter um repertório eu sonhava com aquele som no disco. O Jr.Tostoi, que eu encontrava no MiniStereo, temperou “Eu e você” com suas guitarras, e ainda o Krassic, Everson, Jovi, Bodão, Ronaldo Diamante e Artur Dutra que conheci no estúdio e foram muito bacanas.

Gravei as vozes na Bemol. Babaya fez as vezes de cupido na participação do Vander Lee. Um dia, gravando “Mais samba e menos lágrimas”, ela deu a idéia de o Vander Lee cantar um pouco comigo, pra me soltar um pouco mais na música, e aí ... é claro, ficou pra sempre. Também a nossa filha Clara foi ao estúdio e ficamos cantando “Quem sou eu”, de brincadeirinha, mas bem que eu queria ter sua voz no disco... Na mixagem o Rodrigo me fez a surpresa: sua vozinha estava lá! Também chamei minha irmã Tereza e minhas amigas Marina, Celinha, Lú e Babaya para fazer o coro de “Mais samba...”, um coro afetivo!

De volta ao Rio, quando já estávamos quase terminando a mixagem do disco, chega a voz do Lokua Kanza, que gravou de longe, um sonho de participação para a nossa “Outonos”!
Ainda tinha muito chão pela frente. Mas dei muita sorte. Desde o início, até o CD ficar pronto, trabalhei com gente muito bacana. Minha gratidão a cada pessoa que participou dessa produção!
E foi mais ou menos assim que esse disco nasceu. Agora chegou a hora dele ir pro mundo. Então, apresento à vocês, “Outonos”.

Preço – R$25,00

Faixas
01 - Eu e Você – Flávio Henrique e Regina souza
02 - Se você quiser mas sem Bronquear – Jorge Benjor
03 - A Estrada – Toni Garrido, Lazão, Da Gama
04 - Desde que te Perdi – Kevin Johansen / versão Moska
05 - Outonos – Lokua Kanza, Vander Lee e Regina Souza
06 - Fado – Chico Amaral
07 - O Atendente – Vander Lee e Regina Souza
08 - Afora a Flor – zeca Baleiro e Regina souza
09 - Desfeito – Vander Lee
10 - À toa – Affonsinho e Regina Souza
11 - Quem sou Eu – Vander Lee e Regina Souza
12 - Mais Samba e menos Lágrimas – Sérgio Pererê

Raí Medrado – Urucum (2008)

Compositor, com formação de baterista, Rai Medrado possui um repertório que explora ritmos legitimamente brasileiros como o Samba, a Bossa Nova, o Baião e o Forró. Porém, as músicas do artista “passeiam” também entre ritmos internacionais como o Pop, a Balada e os Jazz Standards.

Presente no cenário cultural de Minas Gerais desde 1982, Rai Medrado já tocou ao lado de grandes nomes da música brasileira como Toninho Horta, Yuri Popoff, Titane, Sivuca, Nana Caime e outros. Rai traz em seu currículo apresentações no Canadá (Toronto-1990), Oriente Médio (Abudabi-1991), França (Paris-1992), Estados Unidos (Cleveland-2001 e 2002) e Espanha (Ibiza-2006).

Em turnê internacional no ano de 2001, o compositor representou o Brasil no Festival de Culturas Étnicas do Rock & Roll Hall of Fame (Museu da música e do rock em Cleveland – OH – USA) com o show “Urucum”, mostrando ao público norte-americano um set de suas composições. Convidado a se reapresentar na edição 2002, do mesmo festival, Rai Medrado levou seu novo show, “Anjo na Contramão”, que foi gravado pela MTV norte-americana.

Preço – R$20,00

Faixas
01 - Tijolo de Seda – Raí Medrado, Beto Lopes e Murilo Antunes
02 - Bussueiro – Raí Medrado
03 - Casa de Marimbondo – Raí Medrado
04 - Joana – Raí Medrado
05 - Bafuá – Raí Medrado
06 - Estrelas Sem Nome – Raí Medrado e Murilo Antunes
07 - Urucum – Raí Medrado
08 - Horizonte Azul – Raí Medrado
09 - Entrei no Mato – Raí Medrado
10 - Tatu Bolinha – Raí Medrado
11 - Homem de Bem – Raí Medrado
12 - Another Story – Raí Medrado e Flávio Fontinelli

Raí Medrado – Oriente (2007)

Oriente é o primeiro trabalho instrumental do baterista e compositor Rai Medrado. Não exibe solos de baterias e sim melodias rítmicas da música instrumental brasileira e pitadas de jazz.

Nele ouvimos samba, bossa nova, baladas e um pouco de mistura do samba com maracatu em composições através de compassos ímpares.

Participação especial de Marcelo Rocha (sax), Beto Lopes (guitarra e contra-baixo) e(guitarra e contra-baixo) e Alessandro Krammer (acordeon).

Preço – R$20,00

Faixas
01 - Fato – Raí Medrado
02 - Another Story – Raí Medrado e Flávio Fontinelli
03 - Hálito Mental – Raí Medrado
04 - Voando Pro Rio – Raí Medrado
05 - Teito – Raí Medrado, Beto Lopes e Limão
06 - Timoneiro – Raí Medrado
07 - S.O.S Terra – Raí Medrado e Beto Lopes
08 - Oriente – Raí Medrado e Marco Antonio Coutinho
09 - Afoito – Raí Medrado

Quilin do Leste – miorô mais ainda ta ruim (2010)

O CD “miorô mais ainda ta ruim”, é um aparato das piores músicas de Quilin do Leste. Uma produção independente que tende a mostrar a essência da bobagem de um jeca moderno.

Todas as músicas compostas por Quilin, é para todas as idades, pois não há ofensa nem baixaria, sendo um ótimo presente para a sogra ou para o cunhado. CD que ta causando confusão entre as rádios, uma quer que a outra toque e assim por diante.

Havendo doidos o bastante para comprarem esse CD, a hora é agora porque o Quilin está sem saber o que fazer com tantos CDs.

Preço – R$10,00

Faixas

01 - A Vaca tica tica a Vaca
02 - Cachorra Canhanhãe
03 - Uma história no Matagal
04 - Mulher Malvada
05 - Eu sou Bunitin
06 - Pirou de Vez
07 - Se eu queixo é de Burro
08 - Sol-dó-si-mi-ré-lá
09 - São as Vacas que berram no Pasto
10 - Um Passarinho
11 - Ursinho de Pelúcia
12 - A Controvérsia da Observação Alheia

Todas as músicas são de Quilin do Leste

domingo, 8 de abril de 2012

Squadra (2002)

O pão de queijo já deixou de ser o único produto mineiro a ganhar espaço em outras partes do país: pelo menos quando o assunto é rock nacional, o Estado ganha o crédito de berço de grandes nomes como Skank e Pato Fu.

A última novidade da safra nascida nas colinas de Minas Gerais -- ou melhor, nos bares da capital Belo Horizonte -- é o Squadra, cujo CD homônimo acaba de ser lançado pela gravadora Sony Music. A banda, liderada pela cantora e ex-arquiteta Carolina Lima, ataca com um rock pop melódico, às vezes simples (com guitarra, baixo e bateria), outras vezes mais sofisticado (com banjo, violinos e violoncelo), mas sempre permeado por refrões fáceis de lembrar.

O Squadra nasceu no final da década de 1990, com o baixista Alexandre Mourão, o guitarrista Daniel Magnani e o baterista Daniel Mello. A demo veio em 2000, e eles começaram a enviar o trabalho a músicos e gravadoras, enquanto se apresentavam no circuito noturno da capital mineira. "Existe uma quantidade imensa de bares em BH, e boa parte deles tem espaço para música ao vivo.

É uma coisa cultural", explica Carolina. "É natural que as bandas se proliferem nessas condições". O contrato com a Sony Music aconteceu após um ano de negociações e, em 2002, os músicos entraram no estúdio para gravar seu debut.

"Foi um tempo longo entre a assinatura do contrato e o lançamento, mas, no final, valeu a pena", conta a cantora. "Tivemos tempo de sobra para saber como queríamos o disco, e ele saiu exatamente como o planejado". Ao Squadra não faltam apoio e munição para trilhar o mesmo caminho que levou os conterrâneos ao estrelato. Seu empresário, Fernando Furtado, é o mesmo da trupe de Samuel Rosa.

O álbum de estréia é co-produzido pelo músico Nando Reis, e Henrique Portugal, tecladista do Skank, participa de duas faixas. CARA DE SUCESSO O power pop de "Na Medida", que abre CD e já está sendo executado nas rádios do país, dá uma pista do tipo de som do Squadra, muito influenciado por outras bandas lideradas por garotas, como Pretenders e Blondie, e pela roqueira-mor do Brasil, Rita Lee.

O destaque do trabalho fica por conta de uma faixa um pouco mais acústica, "A Jóia Rara", que ganhou arranjos caprichados de cordas. A composição foi feita em parceria com Nando Reis e, como outras músicas do ex-Titã cantadas por Cássia Eller e Marisa Monte, tem cara de sucesso.

"Conheci o Nando em um show e, na cara-de-pau, mostrei a vontade de compor com ele, o que aconteceu quando o Liminha (vice-presidente artístico da Sony e também produtor do disco) o sugeriu para a produção", conta Carolina. "Durante as gravações disse que não havia desistido da idéia, e assim surgiu 'A Jóia Rara"'. Há ainda uma cover para a música "Amor", lançada no primeiro álbum do Secos & Molhados, e uma versão de "Another Lonely Day", do norte-americano Ben Harper, que ganhou o título "Dias Longos" e acordes típicos de uma balada folk.

"O disco é resultado de tudo aquilo que gostamos e filtramos", resume a vocalista. Mas Carolina adverte que as faixas ganham uma roupagem mais crua nos shows do Squadra. "Usamos somente os nossos próprios instrumentos e isso é uma opção. Não queremos soar ao vivo exatamente como no disco, seria muito chato".

Preço – R$20,00

Faixas
01 – Na Medida – Carolina Lima e César Maurício
02 – Tudo Bem – Barral e César Maurício
03 – Dias Longos – Ben Harper/Vers.: Rodrigo F. Leão
04 – Dentro de Você – Rodrigo F. Leão
05 – A Jóia Rara – Carolina Lima e Nando Reis
06 – Amor – Ricardo e Apolinário
07 – A Mesma Cena – Carolina Lima e César Maurício
08 – Hot Rod – Carolina Lima e César Maurício
09 – Os Meus Dias – Carolina Lima e César Maurício
10 – Supernova – Carolina Lima e Rodrigo F. Leão

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Carolina Lima – Panamericana (2010)

As imagens sugeridas pelas letras de César Maurício (vocalista de Virna Lisi e Radar Tantã) justificam a parceria em sete das 10 canções de Panamericana, disco de estreia da cantora Carolina Lima, ex-integrante da banda Squadra. Paulista, filha de mineiros que mora atualmente em Nova Lima, na região metropolitana, Carolina diz que a parceria dos dois fluiu normalmente desde que ela conheceu Maurício em um show do Radar Tantã. “Na época, já compunha e quis trazer aquilo para o meu trabalho. Aprender, na verdade, com ele”, recorda a fã do letrista, com quem inaugurava parceria já no único disco da banda Squadra. Na mesma época, Carolina conheceu Nando Reis, com quem assina Sua canção, que também integra o repertório do CD.

A decisão de gravar o disco veio de repente. “Com o fim da Squadra, eu não tinha planos”, recorda a também arquiteta, salientando que a banda sempre foi o seu “barato”, enquanto a música até então era apenas “diversão”. Cantando ora aqui, ora ali com a banda The Silvas, do produtor e baixista Liminha, um dia Carolina constatou que contabilizava repertório expressivo, que compôs de madrugada, no violão. “Por que não gravar?”, interrogou-se, lembrando que o disco havia deixado de ser privilégio de poucos.

Interessada em resgatar o espírito da noite que ronda a sua música, a cantora prepara pocket show com o qual vai marcar o lançamento de Panamericana em bares e pequenas casas noturnas. Distante das intérpretes mineiras, influenciadas pelo Clube da Esquina principalmente, Carolina, que é casada com o produtor do Skank, Fernando Furtado, diz gostar de Secos & Molhados, Rita Lee e Zé Ramalho, apesar de focar o trabalho em outras esferas. Roy Orbison, Bruce Springsteen, Donovan, Emmylou Harris e Neil Diamond são algumas referências da cantora, que vai de Aimee Mann e PJ Harvey a Neko Case, a cantora do grupo The New Pornographers.

“É um som que remete ao movimento de cair na estrada, ganhar a América. Algo que pode ser feito em qualquer lugar”, tenta explicar o som de Panamericana. No disco, ela fez questão de regravar Os meus dias, herança da banda Squadra. A gravação do clipe da faixa Te desfaço, com a participação de Luiz Carlos Miéle, é responsável por um dos diferenciais do trabalho da artista, que, a exemplo de Elis Regina, Rosemary e outras poucas intérpretes, se dá ao luxo de um dueto com o multifacetado showman, eterno parceiro de Ronaldo Bôscoli.
*por Ailton Magioli - EM Cultura

Preço – R$20,00

Faixas
01 – Até Ferir – Carolina Lima e César Maurício
02 – A Palavra – Carolina Lima e César Maurício
03 – Por Cima da Laje – Carolina Lima e César Maurício
04 – Te Desfaço – Carolina Lima
05 – Alguém Assim – Carolina Lima e César Maurício
06 – Os Meus Dias – Carolina Lima e César Maurício
07 – Panamericana – Carolina Lima e César Maurício
08 – Hoje Eu Vou Te Esquecer – Carolina Lima e César Maurício
09 – Saltos Baixos – Carolina Lima
10 – Sua Canção – Carolina Lima e Nando Reis